27.6.09

estranho inferno astral...

Varrendo, para tirar a poeira...

Quando vamos no metrô vendo passar as estações, descem uns, sobem outros... Me divirto pensando de onde vinham e pra onde vão...
Mas agora é como se eu tivesse num vagão que somente eu desço e subo. Me observar...
Foi assim que mudou meu ofício, que a vida tomou forma, que os vinte e um pouco mais vão chegando e nem traz crises...
As palavras e expressões já começaram a se confundir e me saem coisas raras as vezes.
Quando cheguei só vomitava palavras, agora, ainda que sejam palavras, me saem em forma de imagens.
Paralelo a tudo isso, vem o dinheiro pouco, as viagens, os dias que caminhar parece a solução mais barata [e saudável!]. Cozinhar... Já não digo que não sei, inclusive descobri que carne moída vencida se está super congelada pode ser consumida numa boa... Em contra partida, o leite aberto muito tempo na geladeira é melhor testar antes.... Aquela natinha nem sempre é normal... Tem fruta na minha geladeira e poucos saberão o que isso significa.
E as vezes me pego cantarolando qualquer musica brega em espanhol...
É uma outra vida que constroi uma nova pessoa... E já confesso que não faço a mínima idéia de até que ponto deixarei por aqui o que agora me compõe.
Minha terra faz falta, faz falta o colo do barbudo, a fofoca com a mais velha, as comodidades, as conversas, os abraços e os beijos...
Por aqui a retina vai sendo impressionado pelas novas paisagens como quem medica com doses homeopáticas uma alma que sofre de saudade. Uma linda palavra.