29.9.09

Co[n]migo




de abraços...
[de abrazos...]

de si mesmo...
[de si mismo...]

um olhar... um espelho.
[una mirada... un espejo.]

Necessidades.
[Necesidades.]

***
Desnudar-se de falsos pensamentos.
[Desnudarse de falsos pensamientos.]

Como quem beija sua própria boca por enamorar-se uma vez mais.
[Como quien besa a su propia boca por enamorarse una vez más]

Bailas?
[Bailas?]


13.9.09

...

Lo de querer para sí lo pierdes como un suspiro...
Si percibes, los suspiros traen consigo una ilusión de respirar todo el mundo y una frustración de perderlo en instantes. Pues de nada te vale querer aprehender el mundo en tu pulmón, cuando a lo mejor has perdido el instante de experimentar un poco más de lo que hay.
Que no lo quieras para tí. Que lo uses cuando quieras vestirte de una sonrisa y que lo tires. Y de eso no te olvides... Que lo tires...

8.9.09

Alívio

O que diabos a gente faz com a dor?
Meu horoscopo dizia que o dia era para surpresas.
Comecei a vomitar cedo. Mas, segui na linha dos esforços.
Você acredita nessa coisa de astro ou em coincidencia?
...passou.

25.8.09

Vontade...

de tudo o que foi dito.

de acreditar.

e de parar de pensar... e começar a sentir!

30.7.09

Antes...

... que se ponha o sol...
que se vá o gosto de sal...
de deixar...
de soltar o ar!

...que saia do banho...
de perder!

Façamos algo antes...

27.6.09

estranho inferno astral...

Varrendo, para tirar a poeira...

Quando vamos no metrô vendo passar as estações, descem uns, sobem outros... Me divirto pensando de onde vinham e pra onde vão...
Mas agora é como se eu tivesse num vagão que somente eu desço e subo. Me observar...
Foi assim que mudou meu ofício, que a vida tomou forma, que os vinte e um pouco mais vão chegando e nem traz crises...
As palavras e expressões já começaram a se confundir e me saem coisas raras as vezes.
Quando cheguei só vomitava palavras, agora, ainda que sejam palavras, me saem em forma de imagens.
Paralelo a tudo isso, vem o dinheiro pouco, as viagens, os dias que caminhar parece a solução mais barata [e saudável!]. Cozinhar... Já não digo que não sei, inclusive descobri que carne moída vencida se está super congelada pode ser consumida numa boa... Em contra partida, o leite aberto muito tempo na geladeira é melhor testar antes.... Aquela natinha nem sempre é normal... Tem fruta na minha geladeira e poucos saberão o que isso significa.
E as vezes me pego cantarolando qualquer musica brega em espanhol...
É uma outra vida que constroi uma nova pessoa... E já confesso que não faço a mínima idéia de até que ponto deixarei por aqui o que agora me compõe.
Minha terra faz falta, faz falta o colo do barbudo, a fofoca com a mais velha, as comodidades, as conversas, os abraços e os beijos...
Por aqui a retina vai sendo impressionado pelas novas paisagens como quem medica com doses homeopáticas uma alma que sofre de saudade. Uma linda palavra.

21.4.09

Casa de mãe Joana

Isso aqui parece a casa de mãe Joana
Bate à porta a ansiedade, a paz vai logo juntando suas tralhas e dando o fora.
O clima começou a esquentar e não faz o menor sentido esse cheiro de frio e essas manhãs cinzas.

***
Parece que ela já vai. E olhe que ela nem estava aqui.
Eu tenho é medo de que assim pareça mais longe a realidade que construí.

***
Me perguntam: "Como se diz isso em português?" E eu percebo que em alguns momentos não me aparece uma só palavra fantasiada de resposta. Fogem todas. Das duas uma: ou as desconheço ou não existem.
Ainda assim, como boa brasileira, desconverso e pergunto se eles me podem traduzir a saudade.

***
Vem cá, Tem pra quê esse lío todo?

28.3.09

Espera

19.3.09

As histórias de um ladrão


Essa paixão por contar histórias havia de ter um bom porquê.
Deve ser aquela barriga, aquele bigode [que fazia cócegas], aqueles olhos de quem não sabia mentir...
Pode também ter sido, é bem verdade, aqueles outros olhos arregalados que fazia seguir um caminho muito bem pensado, como quem pontuava uma história que ia ser contada [e que, de certa forma, já estava sendo].

Pois bem, não sei que atropelo foi, virou isso.

Uma vez mostrou que havia roubado uma bala, numa tentativa de confissão. Durou 3 segundos. Não é bonito.
Foram anos... passaram.
E lhe ocorreu um novo roubo.

As histórias vinham assim como quem não quer nada e desaguavam em qualquer momento oportuno.
Não começava com "Era uma vez..." porque lhe seduzia o disfarce.
Eram da comodidade de não se escolher, das loucas escolhas de amor, do estourar do plástico bolha, da mão em sacos de sementes, do melhor brinquedo: a piscina de bolas.
Eram de poesias e músicas, de tristeza e aprendizados, de sapatos suicidas, de princesas mortas, de cabelos ao vento, do barulho do mar... cenários e personagens.
Catava aqueles detalhes que iam ficando ali, no cheiro, nos hábitos, nas cores de uma fotografia, no porquê das coisas.
E jogava na cara a realidade pintada de prazeres.
Acreditava nos sonhos e os contava. Acreditava nos impulsos e os estimulava.

Abre parêntesis.
Ladrão que é ladrão rouba uma bolsa apostando que tem uma carteira ali. Ou dinheiro solto, que seja. Mas tem que está preparado pra qualquer maníaco que anda com Lucrécia na bolsa [Aquela cobra de estimação que não gosta de ficar em casa sozinha. Vai saber?! Tem doido pra tudo, diz o do bigode!]. Ou uma fralda suja do filho [para os ecologicamente corretos], ou simplesmente um álbum de família.
Fecha parêntesis.

Arriscava: Roubava sorrisos e as vezes colhia lágrimas.

11.3.09

Passeio

Era de papel. E tinha mil perspectivas. [ou seriam três?]
Parecia perdido na cidade e morria de medo dessa chuva branca que caia do céu. Que pra sua sorte, não o molhava. 
Já nem sorria. Era frio.

O dia seguinte esbanjou um azul tão bonito que até pediu óculos escuros.
Ainda assim, abaixou a cabeça e seguiu caminhando passo a passo, contando os quadrados que pisava e chutando balões imaginários.
É como se cada passo o levasse mais para perto de algo... Era bom estar perto de algo, ainda que não soubesse o que era. Devia ser qualquer coisa como um abraço, pensava.
Encontrou escadas e as subiu correndo. Logo entrou num parque. Tirou os casacos e, junto com a bolsa, atirou tudo ao pé de uma árvore sem muitas folhas.
Abriu os braços, olhou pro céu e rodou, rodou, rodou, rodou, rodou. Ficou tonto e deitou-se na grama.
Até que enfim um pouco de movimento lhe oferecia o mundo.
Fechou os olhos.
Passaram-lhe círculos de luzes de diferentes cores e tamanhos. Forçou-se a sonhar. 
Ela era a primeira coisa que lhe vinha. Entre mil sensações, perdurava o entrelaçar de suas mãos.
Abriu os olhos e as nuvens brancas já eram cinzentas. O tempo havia mudado.
Observou o céu e de onde soprava o vento vinha também um pedaço de azul alegre. Ia passar. Recolheu suas coisas quando sentiu os primeiros pingos gelados e lavou sua alma enquanto corria para abrigar-se abaixo de uma outra árvore mais robusta. Ficou a ver o verde ficar mais escuro e a esperar o pedacinho de céu que prometia vir azul em breve.

Foi assim a primeira vez que levou sua alma pra passear.

21.2.09

Ponta dos pés

Não que seja bailarina.
Não!
Para que não a percebam
deixar palavras junto às pegadas.
Se alguém se interessa...
Em seu rastro, estará uma estória.
Ainda que tenha corrido por um tempo,
numa ânsia sem fim de desaguar seu sentir nos dizeres.

***
E pensar que havia cogitado fugir...

***
Quando me pedem o invisível, só sei ver o vento colorido.

17.2.09

Antes de abrir os olhos...

A ver se o sangue estanca!
Se a alma transpira o suor da febre...
Se os sapatos se jogam...
Se o beijo enfim, acalmará...

***
Um Quiroga invertido [licença poética?]
O saldo de suas marcas
A invenção de outro ser
O cabelo que cresce
Um assassinato malsucedido

A vontade do agora.
[reconhecida repetição]

26.1.09

Vamos?

ao circo que distribui outra faceta como vacina.
ao arco-iris e suas promessas de ouro.
ao ponto e vírgula.

tem de todos os sabores.
me parece até que tem de graça.

don't you feel like cry?
desses que a gente disfarça com sorrisos e balas de limão.

a bailar?

20.1.09

Achados

[Ator.mentar... A dor... aumenta]

Os cílios dela bailam no ar
Uma Vênus bailarina
Ela me pede pipoca e bolhas de sabão
E fica a ver o mundo de testa pro céu
Dói aqui ó... e segura a barriga com a mão

Fotografias, comida, amor...
Estômago em liquidação.

tormento
mente o ator?

Pronto. E agora? Rebola no mato!